SOFISTAS
Você aí pode estar se perguntando, o que eram/são e quais eram/são habilidades?
Para começar, todo sofista era uma pessoa a qual a habilidade da retórica e oratória eram sem sombra de dúvidas imprescindíveis e o mínimo para ser exercido. Os sofistas tinham a característica de pensar que a verdade não é única e nem fixa, ela é múltipla, relativa e mutável, em poucas palavras era fluida.
A história dos sofistas começa na Grécia antiga, com professores itinerantes(que se desloca), uma vez que esses viajavam de cidade em cidade oferecendo o seu serviço à quem pagasse. Um pilar fixo do ensinamento sofista era a introdução do aluno no meio político.
É bom lembrar que, eles não possuem um registro histórico por parte própria, contudo os trechos históricos que confirmam ou até mesmo nos informam o que foram e o que praticavam.
O termo utilizado para designá-los (sofistas) provinha do significado de sábio, contudo no futuro o significado foi se alterando e os sofistas foram levando o nome de desonestos.
Para Aristóteles os sofistas não ensinavam a essência do diálogo e sim, como dialogar sobre quaisquer temas, por conta disso, Aristóteles dizia que os sofistas não estavam em busca pela verdade e sim pelo refinamento da arte de vencer uma discussão.
Vale lembrar que o termo sofista não vem implicado à uma escola, mas na verdade corresponde a prática da qual eles eram tão famosos.
Conteúdos importantes ao debate:
a) Oposição entre natureza (phýsis) e cultura (nómos): Pelo que sabemos, podemos dizer que a maior parte dos sofistas tinha seu interesse filosófico concentrado nos problemas do homem e da natureza. Isso significa que aquilo que é dado por natureza não pode ser mudado, como a necessidade que os homens têm de se alimentar. O que é dado por cultura pode ser mudado, como, por exemplo, aquilo que os homens escolhem como alimento. Ou seja, todos nós precisamos da alimentação para continuarmos vivos, mas na China, a carne dos cães pode fazer parte do cardápio e, na Índia, o homem não pode se alimentar da carne bovina, pois a vaca é considerada um animal sagrado.[1]
b) Relativismo. Para os sofistas, tudo o que se refere à vida prática, como a religião e a política, era considerado fatores culturais, logo podiam ser modificados. Dessa forma, colocavam as normas e hábitos em dúvida quanto à sua pertinência e legitimidade. Como eles eram relativistas, suas questões podiam ser levadas para o seguinte sentido: as leis estabelecidas são pertinentes para essa cidade ou precisam ser mudadas?[1]
c) A existência dos deuses. Para os sofistas, é mais provável que os deuses não existam, mas eles não rejeitam completamente a existência, como Platão, por exemplo. Portanto, eles são mais próximos do agnosticismo do que do ateísmo. A diferença entre os sofistas e aqueles que acreditavam nos deuses – e a educação grega esteve, no início, ligada à existência e interferência dos deuses nos destinos da humanidade – é que eles preferiam não se pronunciar a respeito. Mas, se os deuses existissem, eles não teriam formas e pensamentos humanos.[1]
d) A natureza da alma. A definição de alma para os sofistas é de uma natureza passiva e podia ser modelada pelo conhecimento que vem do exterior. Isso é muito importante para a prática que eles exerciam, pois, se as pessoas possuem almas passivas, elas podem ser convencidas de qualquer discurso proferido de forma encantadora. Por isso, era preciso lapidar a técnica a fim de levar as pessoas a pensarem de um modo que favoreça o orador, ou seja, aquele que está falando para o público. A resistência que alguma pessoa oferece a algo que é dito não seria proveniente da capacidade de refletir ou questionar e sim era decorrência da inabilidade discursiva do orador.[1]
e) Rejeitam questões metafísicas. Os sofistas estavam bastante empenhados em resolver questões da vida prática da pólis. Aquilo que contribuiria para uma vida melhor com os outros ou para atender às necessidades imediatas era o centro de suas preocupações. Por concentrarem seus esforços para pensar naquilo que consideravam útil, questões como a origem do seres, a vida após a morte e a existência dos deuses, ou seja, questões de ordem metafísica, eram rejeitadas.[1]
f) A habilidade de argumentar, mesmo se as teses fossem contraditórias, também era um de seus fundamentos. Apesar da dura crítica feita a eles, o trabalho dos sofistas respondia a uma necessidade da época: com o desenvolvimento e a consolidação da democracia na Atenas do século V a.C., era imprescindível desenvolver a habilidade de argumentar em público, defender suas próprias ideias e convencer a maior parte da assembleia a concordar com aquilo que os beneficiaria individualmente.[1]
g) Antilógica. Uma estratégia de ensino comum aos sofistas era ensinar os jovens a defenderem uma posição para, em seguida, defenderem seu oposto. Essa técnica argumentativa foi chamada de antilógica e foi criticada por Platão e Aristóteles por corromper os jovens com a prática da mentira. Historiadores contemporâneos, no entanto, consideram essa técnica como uma atividade característica do espírito democrático por respeitar a existência de opiniões diferentes (cf. CHAUÍ, Marilena).[1]
Para você que achou muito... vai aí um resumo:[1]
-Contexto histórico: Consolidação da democracia em Atenas no século V. a.C.
-Os sofistas: não se trata de uma escola filosófica;
- Eram professores itinerantes que ensinavam os jovens, mediante pagamento, a arte da oratória, imprescindível para a vida adulta em um regime democrático;
-O que sabemos deles é em grande parte aquilo que foi citado por seus principais adversários teóricos e, por isso, não podemos ter uma conclusão adequada sobre o que eles pensavam;
- Entre os mais importantes sofistas estão Protágoras e Górgias.
- Protágoras pensava que o homem é a medida de todas as coisas, inclusive da verdade que não poderia ser pautada, portanto, pela fé nos deuses. Seu pensamento pode ser considerado humanista e relativista.
Referência:
[1] - http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/sofistas.htm
(Bartoletti Rafael. A RETÓRICA, A DIALÉTICA E A ESCRITA I. Rafael Bartoletti. 2017. Disponível em:<https://medium.com/blog-do-bart/a-ret%C3%B3rica-a-dial%C3%A9tica-e-a-escrita-a200ef354985>. Acesso em: 20/11/2017.)
A história dos sofistas começa na Grécia antiga, com professores itinerantes(que se desloca), uma vez que esses viajavam de cidade em cidade oferecendo o seu serviço à quem pagasse. Um pilar fixo do ensinamento sofista era a introdução do aluno no meio político.
É bom lembrar que, eles não possuem um registro histórico por parte própria, contudo os trechos históricos que confirmam ou até mesmo nos informam o que foram e o que praticavam.
O termo utilizado para designá-los (sofistas) provinha do significado de sábio, contudo no futuro o significado foi se alterando e os sofistas foram levando o nome de desonestos.
Para Aristóteles os sofistas não ensinavam a essência do diálogo e sim, como dialogar sobre quaisquer temas, por conta disso, Aristóteles dizia que os sofistas não estavam em busca pela verdade e sim pelo refinamento da arte de vencer uma discussão.
Vale lembrar que o termo sofista não vem implicado à uma escola, mas na verdade corresponde a prática da qual eles eram tão famosos.
Conteúdos importantes ao debate:
a) Oposição entre natureza (phýsis) e cultura (nómos): Pelo que sabemos, podemos dizer que a maior parte dos sofistas tinha seu interesse filosófico concentrado nos problemas do homem e da natureza. Isso significa que aquilo que é dado por natureza não pode ser mudado, como a necessidade que os homens têm de se alimentar. O que é dado por cultura pode ser mudado, como, por exemplo, aquilo que os homens escolhem como alimento. Ou seja, todos nós precisamos da alimentação para continuarmos vivos, mas na China, a carne dos cães pode fazer parte do cardápio e, na Índia, o homem não pode se alimentar da carne bovina, pois a vaca é considerada um animal sagrado.[1]
b) Relativismo. Para os sofistas, tudo o que se refere à vida prática, como a religião e a política, era considerado fatores culturais, logo podiam ser modificados. Dessa forma, colocavam as normas e hábitos em dúvida quanto à sua pertinência e legitimidade. Como eles eram relativistas, suas questões podiam ser levadas para o seguinte sentido: as leis estabelecidas são pertinentes para essa cidade ou precisam ser mudadas?[1]
c) A existência dos deuses. Para os sofistas, é mais provável que os deuses não existam, mas eles não rejeitam completamente a existência, como Platão, por exemplo. Portanto, eles são mais próximos do agnosticismo do que do ateísmo. A diferença entre os sofistas e aqueles que acreditavam nos deuses – e a educação grega esteve, no início, ligada à existência e interferência dos deuses nos destinos da humanidade – é que eles preferiam não se pronunciar a respeito. Mas, se os deuses existissem, eles não teriam formas e pensamentos humanos.[1]
d) A natureza da alma. A definição de alma para os sofistas é de uma natureza passiva e podia ser modelada pelo conhecimento que vem do exterior. Isso é muito importante para a prática que eles exerciam, pois, se as pessoas possuem almas passivas, elas podem ser convencidas de qualquer discurso proferido de forma encantadora. Por isso, era preciso lapidar a técnica a fim de levar as pessoas a pensarem de um modo que favoreça o orador, ou seja, aquele que está falando para o público. A resistência que alguma pessoa oferece a algo que é dito não seria proveniente da capacidade de refletir ou questionar e sim era decorrência da inabilidade discursiva do orador.[1]
e) Rejeitam questões metafísicas. Os sofistas estavam bastante empenhados em resolver questões da vida prática da pólis. Aquilo que contribuiria para uma vida melhor com os outros ou para atender às necessidades imediatas era o centro de suas preocupações. Por concentrarem seus esforços para pensar naquilo que consideravam útil, questões como a origem do seres, a vida após a morte e a existência dos deuses, ou seja, questões de ordem metafísica, eram rejeitadas.[1]
f) A habilidade de argumentar, mesmo se as teses fossem contraditórias, também era um de seus fundamentos. Apesar da dura crítica feita a eles, o trabalho dos sofistas respondia a uma necessidade da época: com o desenvolvimento e a consolidação da democracia na Atenas do século V a.C., era imprescindível desenvolver a habilidade de argumentar em público, defender suas próprias ideias e convencer a maior parte da assembleia a concordar com aquilo que os beneficiaria individualmente.[1]
g) Antilógica. Uma estratégia de ensino comum aos sofistas era ensinar os jovens a defenderem uma posição para, em seguida, defenderem seu oposto. Essa técnica argumentativa foi chamada de antilógica e foi criticada por Platão e Aristóteles por corromper os jovens com a prática da mentira. Historiadores contemporâneos, no entanto, consideram essa técnica como uma atividade característica do espírito democrático por respeitar a existência de opiniões diferentes (cf. CHAUÍ, Marilena).[1]
Para você que achou muito... vai aí um resumo:[1]
-Contexto histórico: Consolidação da democracia em Atenas no século V. a.C.
-Os sofistas: não se trata de uma escola filosófica;
- Eram professores itinerantes que ensinavam os jovens, mediante pagamento, a arte da oratória, imprescindível para a vida adulta em um regime democrático;
-O que sabemos deles é em grande parte aquilo que foi citado por seus principais adversários teóricos e, por isso, não podemos ter uma conclusão adequada sobre o que eles pensavam;
- Entre os mais importantes sofistas estão Protágoras e Górgias.
- Protágoras pensava que o homem é a medida de todas as coisas, inclusive da verdade que não poderia ser pautada, portanto, pela fé nos deuses. Seu pensamento pode ser considerado humanista e relativista.
Referência:
[1] - http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/sofistas.htm
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